domingo, 19 de outubro de 2008

Esquecer-te, ser-me-á impossível



Quando decidi em te esquecer,
(e é se esquecer é o termo certo)
Foi quando descobri que te amava.
Que te amava de verdade,
Que te amava mais que tudo na vida,
Mais que as fontes à água,
Mais que a Primavera às andorinhas!
Amava-te mais do que realmente pensara,
Amava-te mais do que a mim!
Para mim estar dormir ou a acordada,
Não tinha diferença, não havia oposições,
Porque, quer de noite quer de dia,
Quer dormindo, quer acordada,
Sonhava contigo, pensava em ti!
Tu eras o sol do meu dia,
A estrela da minha noite.
Eras o caminho da minha vida
E a razão do meu existir.
Eras a água da minha fonte,
O nevoeiro das minhas incertezas,
O luar das minhas mais claras duvidas,
O madrugar do meu amanhecer,
O crepúsculo do meu anoitecer!
Eras o navio onde naufragava,
Nos meus sonhos, no oceano,
Eras o meu barquito a remo
Que me remava no leito do rio!
Eras tudo para mim! …
Eras o meu perfume, numa noite de festa,
Eras o botão no decote do meu vestido!
Por isso e por muito mais
É impossível esquecer-te.
Fazes parte da minha vida …
Esquecer-te, … Ser-me-á impossível!

10/05/1991

beanabela



sábado, 11 de outubro de 2008

Tempestade


A tarde estava calma e linda,
O sol brilhava e escaldava,
Só dentro de mim…
Dentro do meu coração
Havia uma tempestade,
Numa tarde cinzenta e de invernia,
Todo o meu ser se agitava,
Meu ser formava ondas.
Ondas que se encapelavam desvairadas
Numa cólera sombria,
Capazes de serem mais fortes
Que a cólera das ondas do mar!
As minhas lágrimas são a chuva,
A chuva dessa invernia tão dura
Que caíam, que deslizavam tão ferozmente,
Que só elas formavam a tempestade.
Eram lágrimas tão frias, tão geladas,
Quase mais geladas que a neve.
A neva que não degela com o mais quente sol,
Que não degelava com o sol quente da tarde!
Meus suspiros e meus ais,
Pareciam o vendaval na noite das trevas.
Meu coração, era uma rocha imensa de gelo,
Dura, insensível, gelada e incapaz de amar,
Incapaz de quebrar com o calor do sol,
Incapaz de quebrar com a mansidão da tarde!
Meus olhos, que eram duas estrelas,
Que me acompanhavam dia e noite,
Nas minhas horas de alegria e aflição,
Que brilhavam mais que um diamante,
Meus olhos se transformaram …
Deixaram de ser estrelas,
Belas brilhantes, para serem calhaus.
Calhaus duros, escuros e sem vida.
Vida que desapareceu com as lágrimas.
Lágrimas que são o bocadinho da minha alma dorida.
A minha esperança mais cara
Em que eu pus todo o fervor,
Era de ser feliz. Só queria ser feliz,
Amar e ser amada, dar e partilhar,
Apagar o passado e tudo recomeçar.
Só queria ser feliz,
Minha esperança mais cara,
O meu desejo impetuoso,
Era ser feliz, mas …
Era uma tempestade numa tarde calma.


07/05/1991

beanabela

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Uma noite




É noite …
Noite de um dia 23!
Noite em que me senti só!
Noite em que a lua espreita,
E as estrelas cintilam no céu.
Noite em que tudo dorme,
Só a rádio toca …
Toca musicas suaves e calmas,
E eu, … Eu escrevo quatro letras,
Quatro grandes letras – AMOR.
Noite em que me sinto só,
Que nem as quatros letras me despertam,
Nem as quatro letras me fazem companhia!
Uma palavra! … Quatro letras! … AMOR.
É uma noite com Ardor e amor,
Com uma vontade louca de morrer
E um desespero enorme de odiar.
Odiar é ter rancor e raiva de ti.
Noite que és tão bela,
Que tens as estrelas e a lua por companhia,
Que tens o seu luar e o seu brilho,
E o vento para te embalar.
Noite que não conhece estas quatro letras,
Mas sim a amizade, a vontade de mudar,
Mudar o mundo com teu olhar.
Olhar tão risonho e tão romântico!
Tu… Noite … Amas a vida!
Tu … Noite … amas o próprio dia,
Adoras o amanhecer, a alvorada
E contemplas o anoitecer, o crepúsculo!
É de noite! …
Noite de um dia 23
Noite em que me sinto só,
Na companhia de um ser tão belo! …

23/04/1991
beanabela